Uma Oportunidade de Fazer a Diferença: Apoie a Petição pela Praça Orquestra Geração!
É com convicção que apoio, como primeiro signatário, a petição para a mudança do nome da Praça Hugo Chávez para Praça Orquestra Geração. Este não é apenas um ato simbólico, mas uma verdadeira oportunidade de reescrever uma parte da história da nossa cidade, alinhando-a com os valores que prezamos: democracia, cultura e inclusão social.
A Orquestra Geração tem tocado profundamente as vidas de muitos jovens na Amadora, oferecendo-lhes uma via de escape para um futuro mais promissor. Em contrapartida, o nome atual da praça presta homenagem a uma figura controversa, associada a um regime que tem sido criticado pela repressão à liberdade de expressão e pelos ataques aos direitos humanos.
Esta é uma causa que vai além da política; é sobre quem somos como comunidade e como queremos ser vistos. Convido todos a assinarem esta petição e a partilhá-la amplamente. Vamos juntos garantir que a nossa cidade reflete os valores que realmente nos representam.
A petição para mudar o nome da Praça Hugo Chávez para Praça Orquestra Geração foi um sucesso, com 706 assinaturas, superando as 250 exigidas pela Assembleia Municipal. Quero agradecer a todos os que assinaram e apoiaram esta causa. Para quem ainda desejava assinar, o vosso apoio é igualmente importante e motivador. Agora, o foco é levar esta mensagem aos representantes da nossa cidade!
Obrigado.
Discurso na Assembleia Municipal – 4 setembro 2024
Muito Obrigado, Senhor Presidente!
É um gosto rever tantas caras conhecidas. 😊
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal, Senhoras e Senhores Deputados.
Estou aqui hoje, para falar em nome de muitos cidadãos que, como eu, acreditam na importância de alterar o nome da Praça Hugo Chávez em Alfragide para Praça Orquestra Geração. Esta petição, que já recolheu mais de 250 assinaturas em poucas semanas, é mais do que um pedido simbólico. É uma manifestação de valores que consideramos fundamentais para a nossa comunidade e para o país.
Quero começar por expressar o meu respeito pelas decisões anteriormente tomadas por esta Assembleia, bem como pela Câmara Municipal. Percebo, que a escolha de homenagear Hugo Chávez possa ter sido motivada pelo desejo de reconhecer o Sistema de Orquestras Infantis e Juvenis da Venezuela, um projeto admirável no campo da educação musical. No entanto, os tempos mudam e, com eles, a forma como entendemos certas figuras e eventos históricos.
Hugo Chávez, para muitos, pode ter sido um líder popular e carismático na América Latina, mas não podemos ignorar que o seu legado está profundamente associado a um regime que, atualmente, sufoca a democracia e os direitos humanos na Venezuela. As recentes eleições, amplamente condenadas pela comunidade internacional como fraudulentas e injustas, apenas reforçam a imagem de um governo autoritário que, sob a liderança de Nicolás Maduro, continua a seguir o caminho traçado por Chávez.
Portugal, tem acolhido uma vasta comunidade de venezuelanos que fugiram deste regime. Aproximadamente 7,1 milhões de venezuelanos fugiram do país desde 2014. Segundo os últimos dados disponíveis, em 2021, mais de oito mil venezuelanos residiam em Portugal, um número que triplicou desde 2015. Importa sublinhar que muitos venezuelanos possuem a nacionalidade portuguesa, o que faz com que não sejam contabilizados oficialmente como imigrantes. Embora não existam dados públicos sobre o número de venezuelanos na Amadora, o diagnóstico da população migrante do município de 2023 não aponta para a existência de uma comunidade venezuelana forte, mas certamente, terá acolhido pessoas que fugiram da crise existente no seu país. Para essas pessoas, este nome dado à praça pode ser uma recordação dolorosa de uma realidade que tentaram deixar para trás.
Em 2016, quando a Praça Hugo Chávez foi inaugurada em Alfragide, a Venezuela vivia já um período de grande instabilidade. O Presidente Nicolás Maduro enfrentava uma onda de impopularidade sem precedentes, num país que, sob o regime bolivariano iniciado por Hugo Chávez, havia prometido um novo modelo de socialismo, o chamado “socialismo do século XXI“. Este modelo que surgiu numa altura em que o preço do petróleo estava em alta, permitiu ao governo lançar programas sociais de grande dimensão, mas não acompanhou com o devido investimento nos setores produtivos, tornando a economia mais vulnerável e dependente das cotações do crude. Quando os preços do petróleo caíram, todas as contradições deste modelo económico vieram ao de cima, mergulhando o país numa crise sem precedentes, com consequências devastadoras para a sua população.
Em 2020, a Missão de apuração de factos das Nações Unidas, encontrou indícios suficientes de que crimes contra a humanidade foram cometidos como parte de uma política de Estado destinada a reprimir os opositores do regime.
Em novembro de 2021, o Tribunal Penal Internacional, abriu uma investigação sobre possíveis crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela.
Em 2022, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, perdeu o acesso aos centros de detenção onde estão mantidos presos políticos, reforçando as preocupações sobre a falta de transparência e respeito pelos direitos humanos no país. Recordo, que existem luso-venezuelanos detidos neste momento por razões políticas.
O Plano de Resposta Humanitária da ONU para a Venezuela 2022-2023 estima que existam 5,2 milhões de pessoas que precisam de apoio em áreas como saúde, segurança alimentar e água, saneamento e higiene. A HumVenezuela afirmou em março que a maioria dos venezuelanos enfrenta dificuldades no acesso a alimentos, com 10,9 milhões de subnutridos ou com fome crónica. Cerca de 4,3 milhões são privados de alimentos, por vezes passando dias sem comer.
Este contexto histórico e político não pode ser ignorado quando discutimos o nome da praça que hoje homenageia Hugo Chávez na nossa cidade. É importante que a toponímia dos nossos espaços públicos reflicta os valores que queremos transmitir às futuras gerações. Homenagear um líder que, apesar dos seus esforços iniciais, deixou um legado marcado pela repressão, pela corrupção e pela crise humanitária, é uma escolha que deve ser revista.
Estas pessoas, muitas delas vítimas das políticas repressivas do regime venezuelano, veem o nome de Chávez não como um símbolo de liberdade e de democracia, mas como um lembrete de um regime que perdura e destruiu as suas vidas e as forçou a deixar o seu país!
Ao rebatizar a praça como Praça Orquestra Geração, estaremos a celebrar um projeto que reflete os valores de inclusão social, educação e cultura, valores que todos nós, independentemente das nossas cores políticas, podemos e devemos apoiar. A Orquestra Geração, inspirada no “El Sistema”, tem transformado vidas aqui na Amadora, oferecendo às crianças e jovens a oportunidade de aprender, crescer e superar barreiras através da música.
Esta mudança não se trata de apagar a história, mas de reorientar as nossas homenagens para aquilo que nos une e que promove o bem-estar da nossa comunidade. Acreditamos que a Orquestra Geração merece ser celebrada por tudo o que tem feito pela nossa cidade, pela nossa juventude e pelo futuro de todos nós.
Apelo a todos os membros desta Assembleia que considerem o peso desta decisão. Este não é apenas um debate sobre um nome, mas sobre os princípios que guiam a nossa cidade. Vamos juntos garantir que a Amadora se mantém fiel aos valores que tanto prezamos. É uma oportunidade para mostrar que estamos ao lado daqueles que defendem a democracia, a liberdade e o respeito pelos direitos humanos e não com os que decretam que o Natal comece no dia 1 de outubro.
Agradeço a vossa atenção e conto com o vosso apoio para que a Praça Hugo Chávez se torne, em breve, a Praça Orquestra Geração.
Muito obrigado!
Manutenção da Praça Hugo Chávez: O silêncio político que preocupa a Amadora
A petição para a alteração do nome da Praça Hugo Chávez para Praça Orquestra Geração teve o apoio inequívoco da Iniciativa Liberal, que, desde o início, se envolveu ativamente na defesa desta causa, promovendo ações públicas e mobilizando a comunidade. O apoio demonstrado pelo partido Chega, através da manifestação de concordância na Assembleia Municipal, foi também um sinal positivo de que esta proposta tem mérito e merece ser discutida de forma séria e alargada.
Contudo, é com grande preocupação que constato a falta de adesão de outros partidos à petição. A ausência de um posicionamento claro por parte de forças políticas que poderiam contribuir para um debate construtivo em torno da reavaliação da toponímia da cidade é preocupante, pois ignora a vontade expressa de centenas de cidadãos que subscreveram esta iniciativa. O silêncio e a inação de alguns partidos, assim como a decisão de manter a designação da atual praça, são sinais de que a democracia participativa enfrenta desafios importantes no nosso município.
A manutenção do nome da Praça Hugo Chávez representa, para mim, uma desconexão entre os valores democráticos que a Amadora deveria refletir e as decisões políticas que afetam o espaço público. Esta questão vai além de uma simples alteração de nome; trata-se de assegurar que os nossos espaços públicos homenageiem figuras e iniciativas que tenham um impacto positivo e inclusivo na nossa sociedade. Continuaremos a lutar por esta causa, conscientes de que a mudança é possível, mesmo quando a resistência é forte.